quarta-feira, 26 de agosto de 2009

Reflexões do Meu Segundo Aniversário

Por Cyro Leãoo


Em 27 de agosto de 2007, tive a oportunidade de nascer novamente.

Acredito que foi uma das gestações mais rápidas. Um mês e 4 dias, entre eu saber que tinha um nódulo no Pulmão e fazer a cirurgia. Tive um câncer de pulmão, e foi necessário retirar uma parte dele e por segurança me submeter à quimioterapia.

Foram momentos de grandes desafios, mas a fé na vida estava sempre presente.Em conversas com os mentores, eles me disseram que era um final de karma e que houve a necessidade de trazer para o físico para finalizar o processo.

Isso fazia sentido, pois o tumor foi descoberto por acaso durante um exame de rotina. Entendi, desde a descoberta, que este seria o meu processo de Morte e renascimento, a grande iniciação do Xamã.

Minha idéia, ao postar isto, é contar um pouco do que passei e de situações importantes que aconteceram e que poderão ser usadas por outras pessoas que estejam em situação semelhante.

1- Fiquei feliz porque a doença estava identificada e os procedimentos de cura oferecidos pela medicina tradicional estavam funcionando.

2- Divulguei o meu processo entre meus amigos desde a descoberta. Isso foi muito importante, pois as correntes de orações vieram de vários cantos do mundo, onde tenho grandes amigos. Este apoio foi muito importante. Este é um momento de compartilhar e receber e nunca esconder. Principalmente a quem você sabe que lhe quer bem. Dê a essas pessoas a oportunidade de darem de si o que elas tem de melhor e exercerem o amor incondicional.

3- Busquei ajuda dentro dos caminhos espirituais que trilho. Fiz rituais de cura e passei por operações espirituais.4- Fiz vários acompanhamentos com as terapias alternativas que muito me ajudaram. Dieta alimentar, auto-hemoterapia, florais, homeopatia, chás, etc.

Mas o mais importante, é que dentro de mim, eu tinha certeza que não tinha mais nada e que estava curado. Isso foi o grande diferencial.

Minha eterna gratidão às pessoas que estiveram ao meu lado e também àquelas que não puderam embora quisessem. Família, amigos, alunos, pacientes, anônimos. Certo dia fiquei muito comovido, quando uma aluna me disse, que a sua manicure estava rezando por mim.

Foi uma grande corrente.

Hoje tenho dentro de mim uma experiência imensa e isso tem me possibilitado ajudar muitas pessoas que estão com diferentes doenças. Eu sou um exemplo vivo. Eu passei por processos profundos, doloridos e venci. Com minha atitude positiva, consegui ajudar minha família a encarar o fato de forma positiva.

Enfim, todos nós ganhamos com isso e nos tornamos melhores pessoas.

Agradeço ao Criador por esta incrível oportunidade.

Por todas as nossas relações,

Cyro Leãoo

segunda-feira, 10 de agosto de 2009

PROGRESSO E ESPIRITUALIDADE



A medida que refletimos sobre o final do século passado e o início do novo, ficam mais evidentes as conseqüências das perdas que a chamada civilização materialista e tecnológica sofreu quando afastou-se do fundamento absoluto da existência, o sagrado. O resgate do sagrado passa pelo processo de autoconhecimento, e reconhecimento dos valores humanos inerentes a condição humana. A humanidade guarda um tesouro inestimável de memórias, e dentro de cada um de nós existe um manancial inesgotável de informações e transformações. Se por um lado a identificação somente com nossa natureza material nos levou a uma visão superficial e imediatista da vida, gerando separatividade, crueldade, orgulho, egoísmo, e vícios que nos aviltam; a cristalização dos nossos erros nos obrigou a novos posicionamentos em relação a valores, prioridades, atitudes e ideais. O fato de assistirmos passivos a inversão de valores, a degradação do meio ambiente e das bases familiares e sociais nos faz essencialmente infelizes. Paralelamente, colocou em marcha um processo de busca de soluções mais compatíveis com as nossas reais necessidades. Como não existe época totalmente boa ou totalmente má dentro da perspectiva de uma existência dual, acredito que apesar da nossa ignorância ter desencadeado energias violentas e nos precipitado em tragédias dolorosas, estamos ao mesmo tempo testemunhando um momento ímpar, quando o homem pode dar o grande salto de qualidade em direção ao conhecimento de si mesmo.

Todos os seres humanos têm a capacidade inata de evoluir, se mobilizar rumo à integridade. Nossa cultura ocidental começa a reconhecer a importância dos domínios espirituais no desenvolvimento da personalidade, e na cura de males físicos e psicológicos. Progresso e espiritualidade não são incompatíveis, ao contrario, os princípios e valores espirituais por serem permanentes são a sustentação do progresso. E o progresso só é verdadeiro quando passa pelo filtro do coração humano. A inteligência deve ser orientada nas direções do conhecimento, e principalmente da sabedoria, que independe do indivíduo ter mais ou menos instrução formal.

A sabedoria é eterna e está disponível na memória ancestral da humanidade e no campo morfogenético, como o biólogo Rupert Sheldrake denominou o banco de dados das espécies. O resgate do conhecimento ancestral pode ser percebido em todas as áreas de atuação inclusive na área da saúde. Muitos profissionais se voltam para o conhecimento de medicinas milenares que se valem de alguns sistemas sagrados de autodescoberta. As terapias vibracionais, as visualizações criativas e meditações curativas, além de práticas xamânicas, recriam formas de tratamento tendo como base a visão holística do homem e da vida. Através desses métodos, novas possibilidades de cura são abertas, permitindo a parceria energética entre paciente e curador e principalmente estabelece um dialogo subjetivo com o corpo pelo acesso às dimensões mais sutis da mente. Podemos acessar outros níveis de realidade e deixar que nosso ser se irradie e comungue com a consciência cósmica.

As descobertas que a física quântica trouxe obrigou-nos a repensar o que é real, e isso diminuiu a lacuna existente entre ciência e espiritualidade. Tudo isso nos leva a uma redescoberta e uma reavaliação do potencial humano. A saúde física e psicológica está intimamente ligada a evolução espiritual. Os modelos tradicionais e ortodoxos de terapia categorizam automaticamente determinados sintomas, e costumam rotular como incuráveis algumas doenças que são na verdade manifestações de energias desarmônicas no organismo que atuam como determinada moléstia. Na maioria dos casos a raiz do mal pode ser encontrada na mente sobrecarregada de impressões negativas; e a cura acontece pela mudança de padrão mental. As pessoas que pensam e agem ignorando a necessidade de explorar as profundezas da psique, não podem compreender os segredos recônditos que influenciam tão incisivamente, embora em silencio, nossa vida como um todo. É importante destacar que o ser humano é um sistema energético dinâmico, em permanente mutação, assim como o universo.

Na área da educação principalmente é necessária uma visão mais ampla que contemple o desenvolvimento integral e integrado do potencial humano. É importante capacitar indivíduos para servir a vida, e não apenas para ganhar a vida; transmitir conhecimento é importante, mas formar caracteres e inspirar valores, e incentivar a busca pela sabedoria, lapidando defeitos e direcionando os talentos do educando é mais ainda. O desenvolvimento da visão mais ampla do que seja viver neste mundo acontece pela compreensão da espiritualidade como dimensão natural e inerente a condição humana. A educação não pode permanecer soterrada nessa avalanche de materialismo, indisciplina, agitação e ambição em que vivemos, mas deve retomar sua função magna de formadora de seres humanos dignos, felizes e competentes.

A verdadeira educação serve de facilitadora para que professores e alunos possam ter revelações e contribuam para a evolução da sociedade como agentes de transformações. As empresas, e a produção econômica de modo geral, que procuram ser compatíveis com o momento civilizatorio precisam definir missões, valores e ações que comprovem sua relevância como forjadoras de prosperidade. Fala-se muito em desenvolvimento sustentável, muitas vezes trata-se apenas de uma fachada vaidosa, embora muitas empresas estejam despertando para uma ação consciente e tenham uma visão responsável, comprometida com a repercussão de sua intervenção na sociedade e na preservação ambiental. Em todos os setores de atividade estamos passando de uma estagio de consciência para outro mais elevado, e em todos os ramos de atividade buscamos um meio de viver que torne a felicidade possível.

É preciso formar primeiro o Ser sustentável se quisermos ter um desenvolvimento sustentável.. Amar com ordem, disse Santo Agostinho, é amar cada vez mais as coisas mais altas; e esta é a verdadeira natureza do ser humano. Para isso precisamos nos reconectar com o espírito, não forçosamente pelas religiões, mas pela percepção e vivencia de uma ética enraizada nos valores espirituais. É inútil adquirir conhecimento e não coloca-lo a serviço do Bem. É chegada a hora de fazermos a diferença e agir de maneira consciente, criativa e competente para que possamos sair da era do medo separatista para a era do amor que a todos aproxima e tudo recria As conquistas tecnológicas foram e são importantes, mas as conquistas éticas e espirituais nascem da sabedoria interna, profunda, que vibra alem do pensamento, que ilumina a inteligência, e direciona a vontade para metas grandiosas. Progresso e espiritualidade devem caminhar juntos se quisermos nos desenvolver plenamente como seres humanos abençoados pelo universo como parceiros de Deus na criação e manutenção, e renovação da vida.

Marilu Martinelli
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Sobre a autora:
Marilu Martinelli: Atriz. Jornalista. Escritora. Educadora Especialista em Educação em Valores Humanos e Desenvolvimento Humano. Professora de Mitologia Universal e Filosofia Oriental. Professora convidada da Unibem, e Unipaz, Universidade Federal de Lima e Universidade Católica de Arequipa-Peru. Consultora para Formação de Lideranças em Valores Humanos em Empresas e Organizações Educacionais.

Email: gayatriml@hotmail.com
Site: www.marilumartinelli.com.br

sábado, 1 de agosto de 2009

A Vésica Piscis

Nesta palestra vamos considerar aspectos metafísicos inerentes à origem deste universo. Para isso iniciaremos analisando o tradicional símbolo conhecido pelo nome de “A Vésica Piscis”[1]. Trata-se de um símbolo que pode ser considerado como um arquétipo de todas as formas de existência do Mundo Imanente – Mundo Creado. Trata-se de um desenho simbólico representado por um ovóide vertical, com dois vértices em suas extremidades, assemelhando-se a dois parênteses que se cruzam lembrando um desenho esquemático de um peixe e também a de uma bolsa de ar que os peixes têm no abdome e destinada a facilitar a flutuação.

A Vesica Piscis é um modelo básico da própria criação, por isso entre todos os símbolos ele é o mais significativo. A Vesica Piscis é o símbolo que constitui a base da Geometria Sagrada e de inúmeros outros símbolos. Trata-se de um desenho representativo da manifestação do próprio universo; uma forma que resulta da interseção de dois círculos.

O universo tem como origem um ponto adimensional. Representemo-lo graficamente pela ilustração 1. Já estudamos que a manifestação do ponto implica em sair de uma condição virtual, imperceptível, para uma perceptiva. Isso explica o movimento gerando o desenvolvimento, o ponto adimensional, virtual, passando a uma condição capaz de ser percebida. Isso implica na existência de uma expansão que inexoravelmente requer movimento. Assim a nova condição pode ser representada pela ilustração 2 (Unicidade), a Consciência Cósmica.

Nesse ponto tem início aquilo que chamamos de Princípios Universais. Há um movimento expansivo surgindo concomitantemente uma delimitação – limite. Aquele ponto expandido passa a ter um limite e então podemos representá-lo por um circulo. Ele ainda é uno, e como tal ainda não pode ser detectado, ou seja, ser percebido em decorrência da natureza analógica da mente. Só se percebe aquilo que pode ser comparado e isso só é possível, no caso em estudo, quando ocorre um desdobramento (o um se manifeste como dois – descontinuidade. Em manifestação a descontinuidade passa a ser representada por dois círculos (ilustração 9). O circulo se divide[2] surgindo o dois, e então já se pode falar de percepção.

A mente é analógica, por isso é que somente com o advento do segundo circulo pode haver percepção. Havendo percepção há mundo; mundo é fruto de um somatório de percepções. Assim podemos dizer que a criação surge da união de dois círculos. A ilustração 4 mostra isso, o mundo gerado pela interseção de dois círculos de existência.
Como na unicidade não há mente, por ser esta apenas uma expansão oriunda da consciência, e sem mente não há percepção, logo não há manifestação de existência no Um. A mente, em essência, é uma manifestação da consciência, isso quer dizer que o dois é uma manifestação do próprio Um. Só se tem ciência daquilo que se polariza, a mente é analógica; a existência é o Um, mas a manifestação é o Dois. Já estudamos que tudo aquilo que existir na fase um é imanifestável. Sendo assim, a necessidade de manifestação implica na duplicidade (multiplicidade), isso é, na necessidade de descontinuidade. Disso resulta que o surgimento do Universo implicou na duplicação do Um - fig. 3.

Ocorrida a descontinuidade surge a possibilidade de existência de N universos. Indaga-se: quanto? – Impossível se saber. Não se sabe quantas duplicações ocorreram ou estão ocorrendo, e nem as variedades de interseção, conforme a área.

Uma análise importante: Se os dois círculos não se interseccionassem eles ficariam separados por toda a eternidade sem interação recíproca, separados por um nada absoluto, por um mar de inexistência. Não se sabe quantas situações assim existem. Se a duplicação ocorresse de forma total então não haveria interação entre os universos (círculos). Tudo quanto existe mantém certo grau de interação, indicando, portanto, que o deslocamento deve ser considerado como parcial. Só com separações parciais é que pode haver universos creado. Isso é o que ocorre no modelo que compartilhamos apenas. Por isso podemos afirmar que no caso do nosso universo creado o afastamento – descontinuidade – não foi total.

Em termos de mundos podemos considerar a existência (real ou ilusória) : o Mundo Transcendente e o Mundo Imanente em cada descontinuidade parcial estabelecida.

Nas ilustrações 4, 5 e 7 podemos ver a área de intersecção, área de interação, portanto universo creado.

Cabala afirma que o Creador tentou muitos modelos de universos até chegar ao modelo que vivenciamos. Isso é muito criticado por algumas filosofias doutrinárias menos elevadas, sob a alegação de que como onisciente Deus não poderia criar esse mundo por tentativas, como se se tratasse de um jogo de erros e acerto, Mas, num nível metafísico mais elevado sabemos que em vez de creação existe manifestação, assim todos os modelos preexistem.
Num modelo em que os dois círculos coincidissem isso seria o mesmo que a preservação do Um, não haveria descontinuidade, ou seja, não haveria criação alguma, não existiria o triangulo da manifestabilidade.

O afastamento dos dois círculos gera a “vesica piscis” (Ilustrações).

O que resulta da intersecção parcial desses dois círculos é idêntico, não faz diferença se ele é real ou ilusório. Foi assim para os que crêem que o universo é uma realidade física, e também é assim para os que aceitam a hipótese da ilusão. Afirmamos, a zona de intersecção é a creação, não interessando se diz respeito a uma realidade ou a uma ilusão. Para quem aceita a ilusão do universo então podemos dizer que é assim que a ilusão se forma, e para quem aceita a realidade do universo também foi assim que aconteceu.

Na prática, o desenvolvimento da creação é como se pode observar pelas ondas formadas e interagindo a partir de uma pedrinha atirada em uma superfície liquida (ilustração 4).

Do deslocamento parcial dos dois mundos resulta a formação daquilo que chamam de Vesica Piscis. O nome deriva da forma resultante referente à zona de interação. Bexiga de peixe por sua forma. A vesica simboliza a união do deus e da deusa, a vagina da deusa mãe (natureza), um símbolo de Jesus Cristo, o começo da criação e outros mais. É um símbolo básico que dá origem a muitos outros.


Ilustração 5



Ilustração 6



Ilustração 7


Ilustração 8, 9 e 10



Ilustração 11


Como podemos ver, a forma da Vesica Piscis resulta da intersecção de dois círculos a partir dos quais são gerados dois triángulos (Ilust. 7) equiláteros; um, de vértice superior; e o outro, de vértice inferior. Se entrecruzar esses dois triángulos o gráfico resultante será o hexagrama (Estrêla de David).

Perguntam da razão desse universo ser trino e do porquê da importancia que os místicos e metafísicos dão ao número 3. Ai está a resposta, a criação resulta de um desdobramento do círculo e a primeira coisa a ser gerada é exatamente uma trindade representada graficamente por um triângulo. Também se pode ver como a partir da curva se gera a reta. Vê-se que na origen não existe reta mas ela nasce a partir da Vesica Piscis.

Vejamos o que acontecería se o afastamento dos círculos ultrapasse o diámetro, ou seja, os circulos ultrapassassem a metade, isto é, eles não correspondessem ao diámetro – Fig. 9. Evidentemente haveria surgimento dos triangulos, porém eles não seriam equiláteros, e sendo assim não contituiriam um sistema equilibrado. Não haveria simetría e, logo deixaia de existir harmonia. Tudo nele seria irregular. Nesse caso, conforme mostra figura 10, a creação seria trina porém o triângulo não seria equilátero, regular, o equilibro entre os lados seria rompido (triângulo obtusângulo). Podemos divagar muito analizando uma situação assim. Por exemplo, transportando para a Trindade Religiosa, então as tres “Pessoas da Tindade” seriam despoporcionais, uma maior do que as outras. Em todos os sentidos o equilibrio não se faria presente já paratair da própria Trindade.

O mesmo acontecería se o deslocamento fosse menor do que o diámetro longitudinal.

Vemos que seja ampliando, ou dininuindo, o afastamento os círculos, o mesmo irá acontecendo com o triangulo, chegando ao ponto dele desaparecer. Essa condição equivale à volta ao Um. Se o processo de descontinuidade ultrapassar o limite em que não mais haja intesecção, então, nesse caso os dois círculos seriam independentes – universos independentes – sem qualquer ligação ente eles. O intervalo seria um estado totalmente vazio, um nada absoluto, portanto não haveria nenhuma forma de retorno á origem e nem de interação.

Aquilo que diz a Cabala sobre universos criados e destruidos pelo Creador prende-se a isso. Deus não cria universos, Ele os manifesta a partir de Si próprio. Manifesta um incomensuvável número de mundos possíveis, contudo somente um deles é viável para as formas de existência que conhecemos, ou presumimos. Miríades de universos devem existir, mas que não são aptos para qualquer das formas de existência que conhecemos. O que vivemos, como um todo, ele é harmônico, mas outros são simplesmente caóticos.

A vesica ainda mostra que se chega ao infinito tanto ampliando, quanto diminuindo o distanciamento dos círculos, e quando ocorre a coincidencia o universo está desfeito e a condiçao então é a de Infinito.
Autor: José Laércio do Egito - F.R.C.

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NOTAS:
[1] - Vesica Piscis é o nome de uma bolsa de ar que os peixes têm internamente e que auxilia na flutuação;
[2] - N verdade não ocorre uma divisão e sim a manifestação da multiplicidade que já é algo inerente ao absoluto.

Introdução à geometria sagrada


Imaginemos que no início tinhamos o vácuo, a consciência primordial, chamemos-lhe o Espírito. Com o objectivo de criar dispara um raio de consciência no vácuo, primeiro para a frente, depois para trás (um eixo), para a esquerda e direita (outro eixo) e por último, para cima e para baixo (terceiro eixo), isto com a mesma distância nas 6 direcções, definindo as coordenadas espaciais (Norte, Sul, Este, Oeste e uma direcção ascendente e descendente).

Todos nós temos estes 6 raios sensitivos partindo da nossa glândula pineal (um atravessando o chakra da coroa e pescoço, outro atravessando a nuca e o chakra frontal e um terceiro atravessando os dois hemisférios cerebrais), correspondendo aos três eixos cartesianos x, y, z.

Esta capacidade criativa é inata a todos os humanos.

Se unirmos agora as várias direcções tal como era feito nas antigas Escolas de Mistério, obtemos um diamante ou quadrado (segundo desenho, ver em perspectiva), após a formação deste quadrado à volta da consciência é disparado um raio de consciência no sentido ascendente, formando uma pirâmide, e um raio de consciência no sentido descendente formando outra pirâmide.

É importante referir que a função piramidal assume uma máxima importância no retorno à Fonte, o que é amplamente descrito no Livro do Conhecimento de Hurtak, "A inteligência humana deve ser iniciada nas funções piramidais de Luz antes que possa ser promovida à próxima ordem de evolução, à próxima célula temporal consciencial".

Octaedro
Como pode ser observado acabámos de obter um octaedro (na forma tridimensional). É importante observar que isto é só a consciência, não existe um corpo no vácuo. Foi simplesmente criado um campo à volta da consciência.

A partir deste momento é possível, pela primeira vez, imprimir movimento, criar energia cinética, ou seja, temos este octaedro base e podemos criar uma distância (afastar-nos ou aproximar-nos) ou então o criador pode simplesmente permanecer imóvel levando este primeiro octaedro movimentar-se, passa a haver uma referência no centro do vácuo, logo passam a existir também distâncias.
Se movimentarmos este octaedro na direcção dos vários eixos criamos os parâmetros perfeitos para uma esfera, era exactamente isto o que os iniciados no Egipto faziam nas suas meditações, tal como na Cabala em que as direcções assumem bastante importância para algumas meditações específicas.

Toda a gente que estuda geometria sagrada está de acordo quanto ao facto de que uma linha recta representa o masculino e uma linha curva representa o feminino. O que os egípcios estavam a fazer ao realizar esta meditação era passar de uma forma masculina (octaedro) a uma forma feminina (esfera). Isto está directamente associado à Bíblia e à criação da Eva a partir de uma costela do Adão.

Tudo o que conhecemos foi uma criação de uma consciência no infinito vácuo, os Hindus chamam-lhe Maya, que significa ilusão, todos nós podemos criar a nossa realidade (deuses criadores) e libertarmo-nos de Maya.

Anarion Macintosh - The spiral and the six stages of creation (acrylic on canvas)



Padrão da Génese

Partindo desta primeira esfera ou bolha no vácuo o Espírito projecta uma nova esfera obedecendo às mesmas regras. Este processo lembra-nos a divisão na Mitose (reprodução assexuada).
Temos aqui a associação com o primeiro dia da criação ("Fez-se Luz").

Neste momento encontramo-nos perante um símbolo sagrado muito antigo conhecido como "Vesica Piscis" associado ao Cristianismo e também conhecido como o "Peixe de Jesus" (numerologia). Se considerarmos uma esfera como sendo Deus ou o Céu e uma segunda esfera como a Humanidade ou a materialidade esta intersecção simboliza o Cristo, o portal que une o Céu e a Terra. Este símbolo está intimamente associado à criação da luz, sem ele a luz não seria possível, sem esta imagem geométrica não seria possível por exemplo a criação dos nossos olhos, responsáveis pela recepção da luz.

No segundo dia da criação com uma terceira esfera obtemos o símbolo da Santíssima Trindade, a geometria básica da estrela tetraédrica, uma das formas geométricas mais importantes na criação (forma da Merkaba, corpo de luz que nos permite voltar ao estado de consciência original). "Quando duas Pirâmides de Luz se unem para formar uma Estrela de David, nasce um novo universo estelar de inteligência" (J.J. Hurtak).
"Vesica Piscis" e "Tripod Of Life"

Continuando o movimento matemático da criação vamos chegar ao Sexto dia da criação obtendo-se o símbolo da flor de seis pétalas conhecida como a Semente da vida, o princípio da criação do Universo no qual nós vivemos.
Este primeiro movimento em torno da primeira esfera, representa a primeira rotação ou Padrão da Génese (os seis dias da criação da Bíblia), ilustrados no quadro de Anarion Macintosh.


Semente da vida

Se pegarmos no padrão da Génese, a primeira forma tridimensional que conseguimos extrair é conhecida como Torus, esta forma é obtida a partir da rotação da Semente da vida em torno do seu eixo central (último desenho da figura representa o Torus visto de cima em duas dimensões).

Foi o matemático Arthur Young que descobriu que esta forma geométrica tem sete regiões conectadas, todas do mesmo tamanho, o Torus representa a forma geométrica base da existência, está presente em todos os planetas, estrelas, galáxias. O nosso planeta é um Torus com dois pólos magnéticos em comunicação o que permite as predecessões dos equinócios (ponto zero). O Torus está também presente no corpo humano (como exemplo o coração que tem sete músculos formando um Toroidal bombeando para sete regiões) e pode ser encontrado em todas as formas de vida existentes.

Torus

Espiral Torus com as sete regiões diferenciadas

Se efectuarmos uma segunda rotação em torno da Semente da vida , obedecendo às mesmas regras da primeira, vamos chegar a uma segunda figura tridimensional conhecida como o Ovo da vida.

Ovo da Vida

O Ovo da vida representa a estrutura morfogenética a partir do qual o nosso corpo foi criado. A nossa existência física depende desta estrutura, desde a cor dos nossos olhos ao formato do nosso nariz... Uma forma que também é revelada neste segundo Vortex (rotação) é a Árvore da vida que contém dez círculos que representam os Sefirotes (esferas em Hebraico) na Cabala, 10 aspectos da personalidade sintetizados no Adão Kadmon, o Homem Celeste, Logos. Representa o caminho para iluminação espiritual e um mapa do Universo e da Psique.

Árvore da vida

Com uma terceira rotação obtemos um padrão determinante na formação da realidade física. Quando olhamos de forma atenta para a Flor da vida vemos 19 círculos inscritos em dois círculos concêntricos, imagem essa encontrada um pouco por todo o mundo nas várias civilizações, a questão é porquê parar nos 19 círculos ? Isto deve-se à descoberta do próximo componente que era de extrema importância, por essa mesma razão mantiveram-no em segredo. Esse conhecimento era considerado tão sagrado que decidiram não trazê-lo a público, codificando-o.

Se olharmos bem para a Flor da vida deparamo-nos com a existência de vários círculos incompletos na periferia (esferas na verdade). Tudo o que era preciso era completar estes círculos (técnica antiga para codificar o conhecimento). Se efectuarmos uma quarta rotação torna-se fácil de perceber o padrão misterioso, o Fruto da vida :


Fruto da Vida

Este padrão de treze círculos é uma das formas mais sagradas em toda a existência. Na Terra é chamada de Fruto da vida.

O Torus, Ovo da vida e Fruto da vida são os três padrões que nos permitem construir tudo aquilo que conhecemos como realidade sem excepção. Se combinarmos estes treze círculos (femininos) com todas as linhas rectas possíveis (masculinas) como é exemplificado na figura abaixo vamos obter a forma geométrica sagrada conhecida como o Cubo de Metatron :

Cubo de Metatron


Os dois cubos dentro do Cubo de Metatron

O cubo de Metatron representa um de treze sistemas universais de informação contidos no Fruto da vida, nas linhas do Cubo de Metatron podemos facilmente encontrar os conhecidos sólidos platónicos, os tijolos construtores da nossa realidade física. O cubo de Metatron demonstra-nos a verdade milenar de que toda a vida emerge da mesma origem, do mesmo centro.

Foi durante a sua permanência no Egipto que Platão afirmou ter recebido conhecimento sagrado do interior das Pirâmides. Os cinco sólidos mais tarde apelidados de Platónicos representam na Alquimia os cinco elementos.
Tetraedro = Fogo

Cubo - Terra

Octaedro - Ar

Icosaedro - Água

Dodecaedro - Éter

Esfera - Vácuo

Os cinco elementos

Isto não é apenas matemática, círculos ou geometria. Isto é o mapa vivo de toda a criação da nossa realidade." Drunvalo Melchizedek

Por Pedro TerrinhaConheça o blog do autor: http://idilium.blogspot.com/

Fontes:
The Ancient Secret Of The Flower Of Life vol1 e vol2 - Drunvalo MelchizedekAs Chaves de Enoch - J.J. HurtakImagens - Internet e montagens
 

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