segunda-feira, 26 de outubro de 2009

Universos Paralelos

Documentário da BBC

Documentário sobre estudos quanticos das teorias relativa, absoluta, Teoria M , Big Bang, super graviton.


quarta-feira, 21 de outubro de 2009

Cientistas cantam "We are all connected"

Um belo exemplo de como a ciência pode ser popular e a música pode ser educativa.

No vídeo abaixo, além de Carl Sagan também cantam Richard Feynman, Neil deGrasse Tyson, e Bill Nye.

Vale lembrar que os cientistas não estão cantando, mas foram auto-tunados para parecerem que estão.

A letra da música, tradução e quem canta o que está abaixo:

[deGrasse Tyson]

We are all connected;
To each other, biologically
The earth, chemically
To the rest of the universe atomically

Nós estamos TODOS conectados;
Uns aos outros, biologicamente;
Com a Terra, quimicamente;
Com o resto do Universo, atomicamente.

[Feynman]

I think nature's imagination
Is so much greater than man's
She's never going to let us relax

Eu penso que a imaginação do cosmos
É muito melhor que a do homem
E nunca vai nos deixar descansar.

[Sagan]

We live in an in-between universe
Where things change all right
But according to patterns, rules,
Or as we call them, laws of nature

Nós moramos dentro e no meio de um universo
Onde coisas mudam certamente
Mas de acordo com padrão, regras,
Ou como nós a chamamos, leis do universo!

[Nye]

I'm this guy standing on a planet
Really I'm just a speck
Compared with a star,
the planet is just another speck
To think about all of this
To think about the vast emptiness of space
There's billions and billions of stars
Billions and billions of specks

Eu sou esse sujeito localizado em um planeta.
Honestamente eu sou só uma partícula
Comparado com uma estrela,
e o planeta é apenas uma outra partícula.
Pensar sobre tudo isso
Pensar sobre a imensidade do espaço
Há bilhões e bilhões de estrelas
Bilhões e bilhões de partículas.

[Sagan]

The beauty of a living thing is not the atoms that go into it
But the way those atoms are put together
The cosmos is also within us
We're made of star stuff
We are a way for the cosmos to know itself

A beleza das coisas da vida não são os átomos que estão dentro disto
Mas o modo como os átomos são colocados juntos
O cosmos está também dentro de nós
Nós somos feitos de matéria estrelar
Nós somos um meio para o cosmos se conhecer.

Across the sea of space
The stars are other suns
We have traveled this way before
And there is much to be learned

Cruzando o mar do espaço
As estrelas são outros sois
Nós já viajamos por este caminho antes
E há muito mais para ser aprendido.

I find it elevating and exhilarating
To discover that we live in a universe
Which permits the evolution of molecular machines
As intricate and subtle as we

Eu descobri isto elevando e divertindo
Para descobrir que nós vivemos em um universo
O qual permite a evolução da máquina molecular
Como um complexo e raro como nós.

[deGrasse Tyson]

I know that the molecules in my body are traceable
To phenomena in the cosmos
That makes me want to grab people in the street
And say, have you heard this??

Eu sei que as moléculas em meu corpo são determinadas
Por fenômeno dentro do cosmo
Isso me faz querer agarrar pessoas na rua
E disser, Você ouviu isso?

(Richard Feynman on hand drums and chanting)

[Feynman]

There's this tremendous mess
Of waves all over in space
Which is the light bouncing around the room
And going from one thing to the other
And it's all really there
Há essa tremenda bagunça
De ondas/vibração por todo o espaço
As quais são uma grande luz ao redor do espaço
E vão de uma coisa a outra
E isso é realmente tudo.

But you gotta stop and think about it
About the complexity to really get the pleasure
And it's all really there
The inconceivable nature of nature

Mas você tem que parar de pensar sobre isso
Sobre a complexidade para de fato alcançar o prazer
E isso é realmente tudo
A inimaginável natureza do Cosmo!



Vídeo no YouTube:


Fonte: Hscience - http://hypescience.com/23131-estamos-todos-conectados/

terça-feira, 13 de outubro de 2009

Meio Ambiente e Espiritualidade

A Carta da Terra, um dos documentos éticos mais consistentes dos últimos anos e já assumido pela Unesco representa a nova consciência ecológica da Humanidade. O texto abre com estas palavras dramáticas:


"Estamos diante de um momento crítico na história da Terra, numa época em que a Humanidade deve escolher o seu futuro... ou formar uma aliança global para cuidar da Terra e uns dos outros, ou arriscar a nossa destruição e a da diversidade da vida".


Esse alarme não é infundado, pois nas últimas décadas temos construído o principio da autodestruição. A máquina de morte das armas nucleares, químicas e biológicas é de tal destrutividade que somente com uma porcentagem delas podemos danificar substancialmente a biosfera e abortar o projeto humano. Como espécie Homo sapíens et demens - temos ocupado já 83% do planeta, explorando para nosso proveito quase todos os recursos naturais. A voracidade é tal, que temos depredado os ecossistemas a ponto de a Terra ter superado já em 20% sua capacidade de suporte e regeneração. Mais ainda, fizemo-nos reféns de um modelo civilizatório depredador e consumista que, se universalizado, demandaria três planetas semelhantes ao nosso. Evidentemente isso é impossível, o que comprova a falta completa de sustentabilidade de nosso modo de produção, distribuição e consumo de bens e serviços. Não são poucos os analistas do estado da Terra que advertem: ou mudamos de padrão de relacionamento com a Terra ou vamos ao encontro do pior.

A URGÊNCIA DA ESPIRITUALIDADE NA CRISE ATUAL


É nesse contexto dramático que surge a urgência da espiritualidade, que possui um valor em si, independentemente das conjunturas históricas, como essa descrita acima. Mas, atualmente, em situação de alto risco, parcamente conscientizado pela maioria dos seres humanos, ela é invocada urgentemente, pois representa uma das fontes secretas de um novo modo de ser que nos poderá salvar. Por que, exatamente, a espiritualidade? Porque em seu seio, normalmente, irrompem os grandes sonhos para cima e para frente, sonhos que podem inspirar práticas salvacionistas. Notáveis antropólogos, como Claude Lévi-Strauss e C. Geertz, têm afirmado que quando um paradigma civilizatório entra em crise, quando as estrelas-guias se obnubilam e o horizonte de esperança de um povo perde sua capacidade de gerar sentido, emerge, irreprimivelmente, a espiritual idade. É o que ocorre hoje, praticamente, em todas as culturas e no mundo inteiro.


Que significa aqui a espiritualidade? Sem detalharmos a resposta que surgirá logo a seguir, espiritualidade é uma nova experiência do ser, o irromper de um novo sonho, o vislumbrar de uma outra ordem, capaz de ordenar o caos que se instalou. Trata-se aqui de uma experiência de sentido novo, e não de um saber codificado. Tudo o que tem a ver com a experiência profunda do ser humano, com seu mergulhar nas raízes últimas da realidade, antes que esta se organize em ordem e sistema, em saber e instituição, constitui o campo da experiência do espírito, donde vem espiritualidade. Espírito representa a força criadora e ordenadora presente no ser humano, a capacidade de rasgar sentidos novos a partir das virtualidades presentes na própria realidade. Desta experiência espiritual nascem os paradigmas civilizacionais, capazes de fazer outra história e suscitar esperança às comunidades humanas e às pessoas.


Normalmente, a espiritualidade encontra seu nicho natural no seio das religiões. Elas nascem da experiência espiritual do fundador, do profeta e do carismático. No seio delas se elaboram as grandes utopias da Humanidade, visões de um sentido que transcende a fugacidade dos tempos e alcança a transcendência e a eternidade. Em épocas de crise, constituem elas o húmus fértil de novas perspectivas. São elas que permitem a passagem de um paradigma a outro, mantendo o continuum da história humana. Mas a espiritualidade não configura monopólio das religiões, embora sejam o campo privilegiado de sua emergência e expressão. A espiritual idade representa uma dimensão do profundo humano. Ela pertence estruturalmente ao ser humano com o mesmo direito de cidadania como o poder, a sexualidade, a racionalidade e o enternecimento Por isso ela emerge nas pessoas mesmo que estas não tenham nenhuma inscrição religiosa definida. Esta espiritualidade antropológica deverá ser evocada quando abordarmos o tema da espiritualidade e da ecologia.


Por fim, há de se superar o antropocentrismo, tão visceral em nossa cultura. A espiritualidade se dá nas religiões e em cada ser humano, mas ela vai além, se encontra também na própria estrutura do universo. O espírito está em nós porque, anteriormente, está no universo, do qual somos parte e parcela. A Carta da Terra alude a isso quando se refere ao nosso "parentesco com toda a vida" e ao "mistério da existência", em face do qual cabe nossa "reverência, humildade e gratidão”.


Em nossa exposição obedeceremos à seguinte estratégia: em primeiro lugar, consideraremos a contribuição da espiritualidade de fundo religioso para a preservação ecológica; em segundo lugar, nos acercaremos da espiritualidade antropológica e seu significado para a ecologia; e, por fim, a espiritualidade cósmica como derradeira atitude de benevolência e comunhão com toda a realidade.


A ESPIRITUALIDADE RELIGIOSA: O MUNDO É SACRAMENTO


As religiões todas vêem a realidade sub specíe aetemítatís (na perspectiva da eternidade), vale dizer, na ótica de Deus. Deus é experienciado como a Fonte originária de todo o ser. Ele é experienciado como criador, provedor e sustentador do céu e da terra e de tudo o que eles contêm. Ao criar, ele deixou marcas de seu gesto divino em todas as coisas. Todas são seus filhos e filhas. Ele não se deixa ver diretamente. Mas transparece em tudo que saiu dele. Por isso o universo, as estrelas, a imensa diversidade dos seres, especialmente os vivos e entre eles os seres humanos, comparecem como sacramentos de Deus. Vale dizer, são sinais de sua inefável presença e instrumentos de sua atuação no mundo. Ele não tem senão nossos braços para mover o mundo humano.


Para a pessoa religiosa, tudo vem perpassado de energias divinas, como o testemunham tão bem as religiões afro-brasileiras entre outras. Em face delas, se impõem a reverência, o respeito e a devoção. Deus está presente no mundo e o mundo em Deus, sem distância e mediação. É o que a teologia cristã chama de panenteísmo e que outras tradições conhecem por termos equivalentes. Mas importa não confundir panenteísmo com panteísmo. No panteísmo, tudo, indiferenciadamente, é Deus: os objetos, as montanhas, cada pessoa. No panenteísmo se mantém a diferença irredutível (um é Criador e o outro é criatura), mas se acentua a mútua presença e a interpenetração.


Na teologia cristã se prolonga esta intuição com a fé na encarnação de Deus. Ele assumiu o ser humano e, através dele, de alguma forma, todas as coisas. Elas começam a pertencer a Deus. Deus se faz ser humano para que ó ser humano junto com todo o universo se faça Deus. Tal evento confere uma dignidade inaudita a cada criatura, pois comparece como lugar onde Deus mesmo pode ser encontrado.


Diz-se também que o Espírito penetrou a criação, vitalizando-a e conduzindo-a rumo a sua culminância bem-aventurada, quando explodirá e implodirá para dentro de Deus. Uma antiga tradição transmitida pelos místicos da Igreja Ortodoxa grega diz: "O Espírito dorme na pedra, sonha na flor, acorda nos animais e sabe que está acordado nos seres humanos." Ele é o Spírítus Creator. Esta é a compreensão dos professantes da fé cristã. Isso, entretanto, não é ainda espiritualidade, mas doutrina. A espiritualidade surge quando a doutrina deixa de ser doutrina e passa a ser experiência interior, quando passa do intelecto para o coração. Então ela se transforma em comoção e celebração Não basta dizer que todos os seres são filhos e filhas de Deus. Para fazer surgir a espiritualidade, importa sentir essa verdade, abraçar a cada ser, cuidar dele como se cuida de um ente querido. Foi o que vivenciou Francisco de Assis com sua mística cósmica. Abraçando o mundo, ele estava abraçando Deus e vendo-o na lesma do caminho, no irmão Sol e na água cristalina.


Essa experiência é carregada de conseqüências ecológicas. Precisamos de reverência e cuidado em face de cada ser. Aí descobrimos a fraternidade e a sonoridade universais. Só assim pomos limites à nossa voracidade e regressamos à comunidade terrenal e cósmica da qual nos exilamos.


ESPIRITUALlDADE ANTROPOLÓGICA: O PONTO DEUS


O ser humano possui, em primeiro lugar, exterioridade expressa pelo corpo. Mediante ele, somos parte do universo, compostos com os mesmos elementos físico-químicos que as estrelas, e nos fazemos presentes uns aos outros. Em segundo lugar, o ser humano possui também interioridade expressa pela nossa psique. É o universo de desejos, emoções, imagens poderosas, arquétipos, idéias, visões de mundo que estão dentro de nós. Ao captarmos pelos sentidos corporais e espirituais ou pela intuição as coisas, elas são internalizadas e se transformam em imagens e símbolos. Elas falam e nós podemos captar sua mensagem. A montanha não é apenas montanha. Ela nos evoca majestade. O mar encapelado não é apenas mar. Ele nos faz entender o que é a violência indomável. Os olhos de uma criança não são apenas olhos. Eles revelam o mistério e a profundidade da vida. A pessoa amada, já o dizia Freud, é sempre também a pessoa imaginada, idealizada e transfigurada.


Nós não existimos senão que coexistimos, sempre junto com outros seres com os quais mantemos relações de troca e de inter-retro-dependência. Nosso eu não fica recluso em si mesmo, mas ele é habitado pela casa que habitamos, pela rua familiar em que moramos, pela cidade natal em que vivemos, pelo local de trabalho onde exercemos nossa profissão, pelos animais domésticos, pelas paisagens inesquecíveis de nossa história pessoal, pela pátria que amamos e pela Terra, a única Casa Comum que temos para habitar. Essas realidades não são meros fatos, são valores, o mundo das excelências. Sem eles morreríamos de esterilidade e de solidão.


O ser humano possui também profundidade. Só ele coloca questões terminais, sempre presentes na agenda humana: de onde viemos, para onde vamos, que estamos fazendo aqui no mundo, que podemos esperar depois desta vida, por que sofremos com a traição do amigo e choramos tanto com a morte da pessoa querida? O que se esconde por detrás das estrelas? Qual é o fio condutor que tudo sustenta e faz com que o universo não caia sobre nossas cabeças, mas surja como harmonia sutil que encantou os salmistas como Davi e fascinou cientistas como Einstein? Por que o ser humano é perpassado por uma ânsia infinita de felicidade e de vida sem fim? Ele identificou na evolução cósmica aquele Vazio fecundo, aquele Estado de energia insondável de fundo, do qual tudo promana, a presença do Mistério que cerca todas as coisas, que as culturas humanas chamaram de Deus. Com Ele pode se relacionar na oração, que é um dialogar e intercambiar amorosamente com Deus. Pode entregar-se à meditação pela qual escuta o que Ele tem a dizer. Quando tais eventos bem-aventurados surgem, aparece aquilo que é a dimensão do profundo do ser humano, aquilo que chamamos espírito. Especialmente aparece o espírito quando na nossa consciência nos sentimos parte e parcela do Todo que nos desborda. E quando emerge em nós a responsabilidade pelo mundo ao nosso derredor, damo-nos conta de que podemos ser o Satã da Terra, bem como seu anjo bom e protetor. Somos chamados a ser o jardineiro que cuida e completa a obra deixada incompleta por Deus. É então que irrompe em nós a dimensão ética, de cuidado e responsabilização pelas coisas ao nosso redor. Espiritualidade consiste em cultivar esse espaço de profundidade, em enriquecer o centro de nós mesmos, em alimentar a dimensão do espírito com a amorosidade, a solidariedade, a compaixão, o perdão e o cuidado para com todas as coisas. Por tais valores e atitudes se revela o espírito e se urde a espiritualidade. Quando vivemos esta espiritualidade nos sentimos engrandecidos e nos descobrimos como projeto infinito. Somente o Infinito pode saciar nossa fome infinita.

Pesquisas recentíssimas, do final do século 20, feitas por neuropsicólogos (Michael Persinger e V. S. Ramachandran), por neurologistas (Wolf Singer), por neurolingüistas (Terrance Deacon) e por técnicos em magnetoencefalografia, detectaram o que foi chamado o "ponto Deus" no cérebro. Sempre que se abordam as questões espirituais elencadas acima verifica-se empiricamente uma excitação nos lobos frontais do cérebro. Esses lobos frontais estão ligados ao cérebro límbico, o centro das emoções e dos valores. Isso significa que a percepção do "ponto Deus" está vinculada não a uma idéia, mas a um fator emocional e experiencial, como dizíamos, à espiritualidade. Esse "ponto Deus" surgiu no processo cosmogênico e antropogênico para atender a um propósito evolutivo: captar e conscientizar, através do ser humano, a presença de Deus na dinâmica universal e em cada coisa. É no ser humano que irrompe esta consciência de Deus e do Sagrado. É nele que se elabora a espiritualidade. Em razão disso, afirmam estudiosos como a física quântica Danah Zohar e o psiquiatra lan Marshall que nos seres humanos não vigora apenas a inteligência intelectual e a inteligência emocional, mas também a inteligência espiritual.


Transformando esse dado objetivo, a inteligência espiritual, em projeto consciente, reforçamos a espiritualidade como dimensão central de uma vida aberta, sensível, atenta às múltiplas dimensões do humano. Esta espiritualidade nos leva a cuidar da vida em rodas as suas formas porque vemos nelas excelência e valor. Tudo que existe merece existir. Tudo que vive merece viver. Ela nos ajuda a superar a perigosa lógica do interesse, dominante hoje, pela qual dominamos e nos apropriamos das coisas para o nosso uso e desfrute. Ela nos facilita a darmos lugar à lógica da convivência, da cordialidade, da reverência em face da" alteridade e da comunhão com todas as coisas e com Deus. A integração da inteligência espiritual às outras duas formas de inteligência (a intelectual e a emocional) nos abre à comunhão amorosa com todas as coisas, numa atmosfera de respeito e de reverência para com os demais seres, a maioria deles muito mais ancestrais que nós, acolhidos como companheiros e companheiras na grande aventura terrenal e cósmica.


O UNIVERSO AUTOCONSCIENTE E ESPIRITUAL


Nas reflexões da moderna cosmologia e física quântica (como em David Bohm, lIya Prigogine, Danah Zohar, Brian Swimme, A Goswami e outros) se sustenta a tese segundo a qual a consciência e o espírito são fenômenos quânticos, que emergem do transfundo das infinitas virtualidades da Fonte alimentadora de tudo (vácuo quântico). Assim como nosso ser físico surgiu no processo cosmogênico, assim também nosso ser espiritual. Ambos são tão ancestrais como o universo. Por espírito se entende a capacidade das energias primordiais e da própria matéria de interagirem entre si, de se autocriarem (autopoiese), de se auto-organizarem, de se constituírem em sistemas abertos, de se comunicarem e formarem teias cada vez mais complexas de inter-retro-relações que sustentam o inteiro universo. O espírito é fundamentalmente relação, interação e auto-organização em distintos níveis de realização. Desde o primeiríssimo momento da explosão primordial criaram-se relações e interações, gestando unidades ainda rudimentares (dois quarks e prótons) que foram se organizando de forma sempre mais complexa. Era a alvorada do espírito. O universo é cheio de espírito porque é reativo, pan-relacional e criativo, nesse sentido não há seres inertes, à diferença de outros seres, chamados vivos. Todos participam, em seu grau, do espírito, da consciência e da vida. A diferença entre o espírito de uma montanha e o espírito humano não é de princípio, mas de grau. O princípio de interação e criação se realiza em ambos, apenas de forma diferente. O espírito humano é esse espírito cósmico que chega à autoconsciência, à fala e à comunicação consciente. O espírito que perpassa todas as coisas ganha uma concretização especial nos homens e nas mulheres. Se o espírito é vida e relação, então o seu oposto não é matéria, mas morte, ausência de relação. A matéria é um campo altamente carregado de energia e de interações. Espiritualidade, neste contexto, é a potenciação máxima da vida, é compromisso com a proteção e expansão da vida. Não apenas da vida humana, mas da vida em toda a sua incomensurável diversidade e em todas as suas fases de realização.


Vivenciar o universo como vivente, a Terra como Gaia, superorganismo vivo e Grande Mãe, sentir a natureza como fonte de irradiação vital e comungar com cada ser que encontramos como portador de propósito, irmão e irmã de aventura nesse imenso universo, é mostrar-se um ser espiritual, é realizar a espiritualidade ecológica em grau eminente, hoje absolutamente necessário à sobrevivência da biosfera.


O futuro da Terra como um planeta pequeno e limitado, da Humanidade que não para de aumentar, dos ecossistemas fatigados pelo excessivo estresse do processo industrialista, das pessoas humanas, confusas, perdidas, espiritualmente embotadas mas ansiosas por formas de vida mais simples, transparentes, autênticas e cheias de sentido, esse futuro depende de nossa capacidade de desenvolvermos ou não uma espiritualidade ecológica. Não basta sermos apenas racionais e religiosos. Mais que tudo, temos que ser sensíveis uns aos outros, cooperativos em todas as nossas atividades, respeitadores dos demais seres da natureza; numa palavra, devemos ser espirituais. Só então irradiaremos como seres responsáveis e benevolentes com todas as formas de vida, amantes de nossa Mãe Terra e veneradores da única Fonte donde promana todo ser e toda bem-aventurança.


Texto de Leonardo Boff

quinta-feira, 8 de outubro de 2009

Tratamentos - Relato I

Contato com Jumá: Um ser Intraterreno

Meu nome é Cristiane. Estou entrando em contato pois quero muito lhe contar uma experiência que tenho passado desde o dia em que iniciei meu tratamento aí na Casa do Consolador de Uberlândia.

Minha mãe e irmã já são pacientes, e no dia 11/08/09 me convidaram para ir, para me auxiliar no tratamento de uma artrite reumatóide. Aceitei o convite, passei pelo tratamento. No dia seguinte (12/08), cheguei em casa, comecei a me preparar para deitar, seguindo as orientações daquele cartão "Casa do Consolador de Uberlândia" com roupas claras e colocando uma garrafinha de água do lado direito da cama. Meus dois filhos Lu. e La. estavam no quarto dormindo comigo....

Vejam só o que eles me narraram durante mais ou menos meia hora...


Uberlândia, 12 de agosto de 2009

Primeira conversa entre LA., (uma menina de 04 anos), LU., (um menino de 06 anos) e Jumá.

LA: “Mamãe, eu tô com medo”. Perguntei a ela o que é que ela estava vendo. Ela disse: “O quatro braços”.

Comecei a rir e falei brincando: “Não é um ET?” Ela respondeu: “É”.

Confesso que até então ainda tinha dúvidas. Então comecei a fazer um monte de perguntas.

Perguntas estas que minha filha e em seguida, o meu filho, começaram a responder.

Cristiane: "Então filha, não tenha medo. Ele é bom?"

LA: "É"

Cristiane: "Qual é a cor dele?"

LA: "Ora mamãe, é verde! Não! Ele agora está com todas as cores do arco-íris. Não, não... Agora ele é verde e marrom..."

A impressão é que ele mudava de cor enquanto ela o visualizava.

Cristeane: "Qual é o tamanho dele?"

LA: "Mamãe, se ele estiver no céu, é pequeno. Se estiver no ar, é médio. Mas na Terra, ele é enoooooorme!"

Eu não acreditava. Afinal, como uma criança de 04 anos teria aquela noção precisa de espaço?

Fui ficando muito emocionada. Perguntei: "Ele tem quatro braços?".

LA: "Tem".

Cristiane: "Ele tem quantos pés?"

LA: "Pés, só dois".

Cristiane: "Ele tem nome?"

LA: "Deixe eu perguntar, mamãe. Tem sim!"

Cristiane: "Ele pode falar o nome dele?"

LA: "Pode. O nome dele é Jumá. Não... é Dumá".

Cristiane: "É J de jacaré ou D de dado?"

LA: "É J de jacaré..."

Meu filho de 06 anos nesta hora, falou que também estava vendo o Jumá. E que estava na hora de começar a rezar...

Ele então, iniciou a oração do Pai Nosso! Comovente! Ouvir aquela voz de criança orando, me deu a certeza de que meu tratamento estava acontecendo naquele momento. Foi realmente emocionante...

Depois de rezar, continuei perguntando.

Cristiane: "Filha, de que tamanho é a cabeça dele?"

Ela me olhou como se eu fosse a criança, e respondeu: "Normal, mamãe. Normal!!"

Cristiane: "Ele fala português?"

E ela, pedindo pra eu esperar, para ouvir a resposta, disse: "Não! Mas eu entendo tudo o que ele fala..."

De repente, ela disse que estava com medo de novo... Acredito que ela começava a ver o meu tratamento (no corpo)!

Quando me virei pra perguntar o que ela estava vendo, ela tinha entrado em sono profundo. Até roncava. Foi “desmaiada” em menos de um segundo.

Entendi que aquela parte ela não poderia ver... E ficamos em silêncio até que eu e meu filho, também dormíssemos. E foi assim, que tive a confirmação que precisava...

Fiquei envergonhada por ser um SER que ainda precisa de confirmações como esta, mas também emocionada, feliz e agradecida. Depois disso, ele tornou a aparecer no dia 14/08/09, dando mais detalhes sobre ele.

Fui perguntando e meus filhos LA e LU respondendo. Disse que ele era do planeta Marte. Era um ser intraterreno. Disse que ficaria na Terra 03 vezes na semana, trabalhando. Ele trabalha na Terra à noite. Trabalhava com pessoas doentes. Minha filha falava: "Sabe mamãe, ele trata aqueles doentes!!"

Eu quero compartilhar isso com vocês ... pois ontem mesmo (dia 28/09) ele voltou a nos visitar.

Agradeço pelo presente invisível que tem nos acontecido! Obrigada e fiquem com Deus.

Cristiane T. C. G.
Paciente da Equipe do Dr. Espanhol e Casa do Consolador de Uberlândia.
 

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