Armado com um laptop solar e creme dental feito de ossos de lula lavados, Mark Boyle desistiu de usar dinheiro.
O antigo empresário inglês desiludido com o sistema que vive há dois anos e meio sem dinheiro, Mark Boyle, disse que já tem seguidores, desde que lançou um livro sobre a sua experiência.
Em seu livro "The Moneyless Man" (O homem sem dinheiro) relata que o primeiro ano de vida fora da economia monetária, levou a que várias outras pessoas começassem experiências idênticas.
"Há já várias pessoas fazendo o mesmo. Parece-me que cada vez mais e mais pessoas estão vivendo sem dinheiro", referiu, explicando que "há dois níveis: as pessoas que vivem sem dinheiro nenhum e as que criam condições para viver com o mínimo dinheiro possível".
Mark Boyle, formado em economia, reconheceu que "99,9% das pessoas não querem viver sem dinheiro imediatamente", pelo que o que tem feito, através da organização que criou, The Freeconomy Comumunity, é ajudar os outros a reduzir a sua dependência do dinheiro.
"Cultivo a minha própria comida, lavo no rio, criei a minha própria energia, faço os meus móveis com a minha madeira", referiu, explicando que para cada atividade, teve de encontrar uma solução que não implicasse usar dinheiro.
Mark Boyle garantiu que é muito mais feliz agora, apesar de a sua vida social ser "muito diferente do que era".
"Não sou casado, mas não diria que vivo só. Tecnicamente, vivo só, mas recebo muitas visitas, de pessoas que querem passar algum tempo comigo. Vivo numa parte muito bonita do país", salientou.
Com os visitantes ocasionais, cozinham, fazem fogueiras e tocam música, o que torna a vida de Mark menos solitária.
"A minha vida social, em alguns aspectos, é muito boa. É claro que é muito diferente da vida social que tinha quando vivia na cidade e tinha um bom emprego. Já não vou a bons restaurantes e pubs, mas continuo a ter imensos amigos. Nunca fui tão feliz, para ser honesto. Têm sido os tempos mais felizes da minha vida", frisou.
Mark Boyle vive num trailer junto a uma quinta próximo de Bristol, Inglaterra, desloca-se de bicicleta e tem um computador alimentado a energia solar.
Defende o regresso à economia de troca e partilha, e considera que o mal-estar social e ambiental vem da falta de ligação das pessoas à produção dos bens que utilizam e consomem.
"Se cultivássemos a nossa própria comida, não iríamos desperdiçar um terço dela, como fazemos hoje. Se fizéssemos nossas mesas e cadeiras, não teríamos que jogá-las fora no momento em que mudamos a decoração. Se tivéssemos que limpar a nossa própria água, provavelmente não iríamos contaminá-la."
Fonte: Politiquices e The Guardian
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